quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Mais mãe, "menas" mãe!


O que me motivou a escrever esse texto foram as diversas histórias que li sobre o assunto.
Algumas mães que tiveram seus filhos por cirurgias cesarianas declarando não se sentirem menos mães porque seus bebês não passaram por suas vaginas. E é exatamente isso, uma mãe não pode ser rotulada como uma boa ou má mãe somente pela via de nascimento pela qual seu bebê chegou a esse mundo, o que para mim é algo óbvio. Mas mesmo assim achei importante escrever sobre isso...

Em contrapartida a mulher que conquistou seu parto vaginal de forma respeitosa, e que tem o desejo de compartilhar esse momento com fotos e vídeos, não quer dizer que é melhor do que a que por opção, ou por ter precisado da cesariana, recebeu seu filho de outra forma.
Somos todas mães e cada segundo de nossas vidas damos o que há de melhor em nós para que eles possam crescer com muito carinho, amor e respeito.

vamos para uma história real? Vou contar um pouquinho sobre a minha:

Sou mãe de dois meninos lindos, o João Pedro de seis e o Gael de 3 anos.
João nasceu de uma cesariana desnecessária que apesar de ter chegado na maternidade com cinco centímetros de dilatação um dia antes da cesária agendada, o meu ginecologista obstetra relatou que eu 'NÃO TINHA PASSAGEM". Sendo assim recebi meu filho duas horas após esse diagnóstico através da cesária, e para mim foi o momento mais lindo da minha vida, afinal independente da via de parto, estava recebendo meu primeiro filho tão esperado e amado.
Desde a gestação dele já tinha interesse pelo parto natural, porém não busquei informação e acabei agendando a cirurgia por medo e insegurança, quem me conhece sabe que isso não me causou traumas, apenas entendo que naquele momento não estava informada o suficiente para conquistar o que meu coração desejava.
Após dois anos mais ou menos engravidei do meu mascotinho, o Gael, e naquele momento decidi ir em busca do parto que tanto desejava, e com isso tive diversas formas de apoios, tive informação de qualidade e segura, tive meu marido ao meu lado, frequentei roda de conversa para gestantes, tive doula e uma equipe que abraçaram comigo esse sonho, e com isso Gael chegou a esse mundo de forma totalmente respeitosa e natural.
Agora eu me pergunto, será que sou uma mãe melhor para o Gael e uma "menas" mãe para o JP? Mas é claro que NÃO! Sou uma mãe como a maioria delas, que deseja o melhor para os filhos e que é capaz de qualquer coisa para dar o seu melhor sempre.
Essa foto expressa bem que os dois recebem todo o meu amor e carinho na criação deles independente da via de parto que tiveram rsrsrs
Então peço de todo o meu coração, respeitem as mães independente das escolhas que elas fazem, ou deixam de fazer, somos todas mães e merecemos esse acolhimento.
Se você está gestante e a via de parto que irá receber seu filho é algo que te traz medos e inseguranças, se informe, busque ajuda de profissionais que saberão te passar informações baseadas nas evidências cientificas sobre as vias de parto seguras e respeitosas e também sobre a cesariana, e a partir desse momento decida com todo o seu sexto sentido de mãe, em conjunto com toda informação que recebeu, qual via de nascimento será melhor para você e para o seu bebê.

Afinal, se fala tanto da "HUMANIZAÇÃO" do nascimento, parto respeitoso, parto natural, entre outras nomenclaturas tão usuais hoje em dia, e se fala tão pouco nessa mesma humanização ao respeito à decisão da mulher que ao meu ver como Doula, educadora perinatal, consultora em amamentação e terapeuta holística, não seria mais humanizadas e ética do que médicos que dão mil desculpas sem base cientifica nenhuma para induzir a gestante à escolherem a cesariana com a única opção de via de nascimento dos seus bebês, ao invés de oferecerem informações verdadeiras para que elas próprias decidam o que de fato faz mais sentido para elas.
Espero que tenham gostado do texto e até o próximo!!!

Fotografias por:
Monik Moreth Fotografia  e Dulce Medeiros Fotografia