quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Xixi, Cocô e Empatia



Que tema doido não é rsrs Vou tentar me fazer entender...


Aqui em casa temos dois meninos lindos, um de 6 anos e outro com quase 3. Algo que sempre me deixou intrigada é a curiosidade deles sobre o que fazemos no vaso sanitário.
Na internet, temos muitos memes que representam bem a falta de privacidade dos pais quando tem filhos pequenos e vão ao banheiro junto com eles. Por isso acho que não somos os únicos pais a passar pela situação.

Vou contar aqui uma situação que ilustra até que ponto chegamos sobre isso aqui em casa:

- Estou no banheiro e mais uma vez bate na porta um dos meus filhos (como já estão mais crescidos e quando tem gente em casa deixo a porta trancada). Se eu deixasse ele entrar a pergunta seria certa: - É xixi ou é cocô??? e quase sempre em um volume de voz que faz todo prédio saber o que estou fazendo alguma das opções. Não deixei entrar. Por acaso o filho desse dia era o mais velho. Ele não poupou seus recursos para atingir seu objetivo. Aproveitou que já aprendeu a escrever algumas palavras. Foi isso mesmo que você está imaginando. Alguns minutos depois da negativa em abrir a porta eu recebi uma cartinha por baixo da fresta da porta do banheiro. A pergunta ainda tinha uma justificativa. 
No bilhete estava assim: "-Só uma pergunta xixi ou cocô" Sem pontos ou assentos mas entendi bem o que ele queria kkkk

Fiquei me perguntando quanta determinação esses pequenos tem quando se trata do assunto. Para os psicólogos isso tem explicação fácil. Essa fase do desenvolvimento da criança é chama de fase anal, tem haver com desenvolvimento da sexualidade e outras coisa. 
Talvez no caso do meu mais velho não seja mais essa fase. Acredito que no dia ele só pensou em me mostrar algo e queria saber se eu iria demorar mais ou menos tempo ali (descobri isso depois de sair do banheiro). Mas aproveito que não sou psicóloga para observar sendo apenas mãe.
Para entender o que acontece com meus pequenos optei por usar a famosa empatia, e descobri algo muito interessante. Temos em mente sempre que empatia seria a capacidade de se colocar no lugar do outro o que de fato é, mas o que normalmente fazemos é nos colocar no lugar do outro usando nossos sentimentos o que não vai servir de nada já que estamos falando de indivíduos que mal largaram as fraldas (e as vezes nem isso). O lance é usar o que alguns chamam de "Empatia Cognitiva" com um importante detalhe, você precisa saber o que ele realmente está sentindo, só te adianto que é bem difícil regredir nossa mente tantos anos.

Por isso, fiz um exercício de imaginação e proponho ele para vocês:

Pensei: -Sou um bebê, não sei nada do mundo, mas observando as coisas vejo que depois de fazer uma forcinha com a barriga eu me sinto melhor e a pessoa que mais amo fica comigo, tira minha roupa, me faz um carinho...Eu pensaria de cara que meus pais adoram isso! rsrs e cresço só confirmando minha hipótese já que toda hora vem alguém verificar se eu deixei mas um presentinho na fralda. Depois que cresci mais um pouco vejo que meus pais gostam disso também, só que fazem em um lugar super reservado, maneiro pra caramba. Mas, porque não compartilhar esse momento especial? Vou entrar nessa salinha para ver o presente que ele faz também!


Bem, eu tentei entender rsrs. Foi assim que eu imaginei. Fique a vontade para compartilhar a experiencia de vocês também...


Beijo e até o próximo texto!!!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

ATÉ QUE IDADE AS CRIANÇAS FAZEM TROCAS NA FALA?

A comunicação é um ato muito importante à vida humana e permite a socialização e sobrevivência em
diversos contextos. A primeira forma de comunicação do bebê é o choro. Logo no primeiro ano de vida, o bebê inicia as primeiras vocalizações e assim vai crescendo e se tornando um comunicador. É importante lembrar que a comunicação não se restringe única e exclusivamente à fala. Ela também é feita através de gestos, expressões corporais e faciais tão importantes quanto as palavras. Os primeiros fonemas da língua são aqueles produzidos com os lábios, como /b/ /m/ /p/, aproximadamente aos 18 meses. Logo depois surgem /n/ /t/ /l/ , e, em seguida, /d/ /c/ /f/ /s/ e /g/ /v/ /z/ /R/ /ch/ /j/, entre 2 e 3 anos. Só mais tarde observamos a produção adequada de alguns fonemas como /lh/ /nh/ e /r/ em diferentes posições na palavra, pois a combinação destes fonemas nas sílabas podem ser complicadores. 

Exemplo: A criança consegue falar rato, mas não consegue pronunciar aranha e prato. 

Idade para aquisição de fonemas:
  • 10 - 14 meses: iniciam-se as primeiras palavras;
  • 18 meses: o bebê já possui um vocabulário de 10 - 20 palavras;
  • 2 anos: poderá atingir até 200 palavras;
  • 2 anos e meio: iniciam-se os usos de frases simples;
  • 3 anos: a criança já consegue compreender mais facilmente as ordens dadas por adultos e já faz uso de novas palavras:
  • 4 anos: Já possui maturidade para pronunciar adequadamente os fonemas da língua.

Fatores que influenciam o desenvolvimento da aquisição dos fonemas:
  • Orgânicos: má-oclusão dentária, alterações congênitas, paralisia facial, respiração oral, perdas auditivas...
  • Funcionais: uso prolongado de bicos (chupeta e mamadeira), dificuldades emocionais, articulação inadequada... 

Como ajudar?
Crianças até os 5 anos ainda pode falar errado pois está no amadurecimento do desenvolvimento da 
linguagem. Nessa idade as crianças também costumam gaguejar sem que sejam considerados gagos. A 
linguagem passa a representar seus pensamentos e elas estão aprendendo a organizar seus discursos e por isso gaguejam. Por isso, não brigue com seu filho e nem ache que ele faz propositalmente. 

5 dicas sobre como agir nestas situações:
  1. Incentive a substituição de bicos (chupeta e mamadeira) por copos;
  2. Procure o serviço de odontologia para avaliação da dentição e oclusão (mordida).
  3. Evite corrigi-lo e chamar sua atenção aos erros. Apenas peça para repetir caso realmente não entenda o que ele disse.
  4. Dê o modelo correto, sempre! Não repita as palavras da forma errada ainda que por brincadeira. Exemplo: “Quer pepeta?” “Olha o cacholinho!” 
  5. Evite reforçar a maneira como ele fala dizendo que acha “bonitinho!”. Nossos pequenos fazem de tudo para agradar sua família e dessa forma continuarão falando errado porque sabem que os pais gostam.
Havendo persistência das dificuldades procure o auxilio de um especialista, a fonoaudióloga. Ela irá 
auxiliar na identificação das alterações de linguagem, fará as orientações e trabalho direcionado para 
melhora de seu filho.



Texto de:
Nathalya Herzer Reis
Fonoaudióloga Escolar
Psicopedagoga
Especialista em Neurociências com Ênfase
em Reabilitação e Aprendizagem
CRFa: 13786-RJ