Trata-se de uma alteração do funcionamento normal de células cerebrais localizadas no centro de controle da fala. Cabe ressaltar que os centros de controle da fala espontânea não são os mesmos da fala rítmica, o que justifica o fato das pessoas que gaguejam durante a fala espontânea não gaguejarem quando cantam, imitam um personagem, etc.
É a desordem de fluência da fala mais comum, atingindo cerca de 2 milhões de brasileiros. Os sintomas mais evidentes da gagueira são a repetição de sílabas, os prolongamentos de sons e os bloqueios dos movimentos da fala, sobretudo na primeira sílaba, no momento em que o fluxo suave de movimentos da fala precisa ser iniciado.
É comum que crianças entre dois e quatro anos apresentem episódios transitórios de disfluência pois neste período ocorre uma maturação do sistema nervoso para o processamento da linguagem, onde o fluxo de pensamentos e ideias é muito intenso e a articulação da fala pode não acompanhar este processo. Esta disfluência pode aumentar quando a criança está ansiosa, cansada ou doente e quando está tentando dominar muitas palavras novas.
Normalmente, este distúrbio é transitório, apenas 20% das crianças que apresentam disfemia necessitarão de tratamento especializado. Estes poucos casos que persistem por mais tempo do que o habitual podem estar associados a uma história familiar de gagueira, sugerindo uma predisposição hereditária.
A avaliação e o tratamento precoces são decisivos para que a criança consiga compensar cedo essas eventuais deficiências, antes do aparecimento de complicações secundárias como fazer caretas, bater mãos ou pés... Por essa razão, recomenda-se que toda criança com sintomas recorrentes de gagueira passe por avaliação fonoaudiológica o mais rápido possível. É muito comum que pessoas que gaguejam sofram bullying, e por isso necessitem de atendimento psicológico.
Já existem dispositivos semelhantes à aparelhos auditivos que auxiliam pessoas que gaguejam fornecendo um feedback que favoreça a fala, porém, ainda não encontram-se em preços acessíveis para a população em geral. Também existem casos de pacientes que utilizam fármacos, principalmente adultos. Nestes casos a prescrição e acompanhamento é feito por médicos especializados.
O Dia Internacional de Atenção à Gagueira é no dia 22 de outubro e o lema é: Gagueira não tem graça, tem tratamento!
Nathalya Herzer Reis
Fonoaudióloga Escolar
Psicopedagoga
Psicopedagoga
Especialista em Neurociências com Ênfase
em Reabilitação e Aprendizagem
CRFa: 13786-RJ
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