sexta-feira, 5 de maio de 2017

Fadas, Baleias Azuis e outros...



Gostaria de começar o texto dessa semana compartilhando com vocês um desabafo da Odontopediatra Carolina Câmara Anselmo...



"Não sou de reclamar, mas essa foi muito forte pra mim...

Primeira vez de uma paciente de 7 anos:
Mãe chega na recepção falando ao celular...
Eu chamo a criança, mãe entra falando ao celular...
Pergunto a criança (7 anos chorando, grudada na mãe), o nome dela; mãe responde, falando ao celular... pergunto a idade, mãe responde falando ao celular...
Desisto de preencher o cadastro.
Falo para a menina entrar pra vermos o que estava acontecendo; menina chora, gruda na mãe e mãe (no celular: espera um pouco que vou colocá-la na cadeira); não desligou o celular...
Criança chorando na cadeira somente pra eu ver...
Peço para a criança sair da cadeira e mãe (no celular) me dirige a palavra: vc viu as 3 cáries?
Passo o orçamento (mãe no celular) e ela pergunta se marca com a secretária, digo que sim.
Elas saem, marcam retorno e vão embora, no celular..."
               

Esse relato é mais um caso que apesar de comum ainda nos faz refletir no que de fato é mais importante em nossas vidas... O mundo está mudado e grande parte dessa mudança veio com os avanços da tecnologia, isso é muito positivo para nós, porém devemos tomar alguns cuidados em relação ao tempo disponibilizado na internet, já que a maioria de nossas atividades podemos resolver com o auxilio do computador e celular.
Se pararmos para analisar e quantificar o tempo que nos "dedicamos" a essas tecnologias, logo veremos que realmente gastamos muito tempo em comparação ao que precisamos dedicar a nossa família e amigos...
Será que todo esse tempo é realmente necessários, será que  não conseguiríamos reduzir nem que seja de forma gradativa e termos um tempo de qualidade maior com o que realmente importa em nossas vidas?

Essa minha reflexão veio junto com os problemas que nossas crianças e adolescentes vem encarando com "jogos" que podem destruir uma família inteira. Sabemos que os jogos da Baleia Azul e da Fadinha, são somente mais um risco que nossos filhos podem estar expostos. Existem muitos outros riscos tão graves quanto esse, mas como ultimamente temos escutado muito falar sobre as consequências desses jogos, decidi escrever um pouco sobre o que nós, pais, educadores, avós, tias podemos contribuir de forma positiva para que esses "fantasmas" fiquem bem longe de novo pequenos.


5 Dicas para evitar problemas com o uso indevido da internet:

  1. Nossos filhos precisam de nosso acompanhamento;
  2. Sempre abra espaço para diálogos com eles;
  3. Se interesse pelos conteúdos utilizados na internet;
  4. Estabeleça regras para a utilização de tablets, celulares e ou computadores; 
  5. Converse sempre com seu filho e o deixe a vontade para expor suas duvidas, medos e experiências.



Recomendações de especialistas:

  • Fique atento a eventuais mudanças de comportamento do jovem;
  • Demonstre interesse pela rotina dele;
  • Adolescente com a autoestima em baixa são mais vulneráveis;
  • Evite que ele fique muito tempo na internet;
  • Deixe o computador em local comum e visível da casa;
  • Evite expor na internet informações particulares e dados pessoais;   
  • Denuncie grupos e comunidades suspeitas.




Nossos exemplos são sempre a melhor opção para a educação dos nossos filhos por isso acho ainda mais importante essa mudança de comportamento em nós primeiramente. 
Se falamos para nossos filhos que eles não devem ficar por muito tempo no celular por exemplo, e não conseguimos desapegar de nossos celulares, todo o nosso discurso não servirá para nada.
Eles precisam ter segurança e tranquilidade para poder a qualquer momento falar sobre qualquer assunto conosco, e para isso nós precisamos estar de fato perto deles!


Priscila Camacho

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Explorando Sensações...

É tão gostoso poder sentir o mundo através de nossas próprias mão não é mesmo? Imagina a sensação dos bebês ao terem essas experiências pela primeira vez, já que tudo ao seu redor é novo e encantador! 
Assim que o bebê consegue sentar sem apoio e também é capaz de segurar objetos com firmeza, já podemos apresentar a eles algumas dessas sensações que são tão prazerosas e de grande importância para o desenvolvimento deles. Algumas dessas experiências conseguimos fazer em casa e outras podem ser apresentadas a eles ao ar livre. Em cada uma delas o bebê terá uma experiência única, por isso não se assuste ou desanime caso ele não goste no primeiro momento. 

Então vamos as dicas!



5 Dicas de Experiências com sensações:


  1. Mexer com tinta: Essa primeira dica pode ser feita tanto em casa quanto ao ar livre. Se for realizada em casa, aconselho a forrar o chão com toalha plastica para minimizar o frio do chão e também para proteger da tinta. Já se for realizada ao ar livre dependendo do local não terá problema se ele fizer sua arte em cima do papel mesmo. Sugiro que a tinta seja tinta comestível, para bebês e crianças mais novas, para evitar o risco de intoxicação e depois é só curtir esse momento com seus príncipes e princesas;  
  2. Mexer com Terra: Nessa experiência devemos dar prioridade para ser feita ao ar livre, pois além do mexer na terra o bebê e criança ira também explorar o contato com outros elementos da natureza, como o mato, plantas, flores, árvores e etc. Uma dica legal para fazer em casa, seria legal também plantar uma sementinha em um jarro com seu bebê, pois alem dele mexer com a terra ele também poderá acompanhar o crescimento da plantinha que ele mesmo plantou.
  3. Mexer com água: essa dica é bem simples pois pode ser feita na hora do banho no chuveiro ou até mesmo na banheira. mostre a ele a sensação de colocar a mãozinha embaixo da água ou peça que ele balance a mão para um lado e para o outro dentro da água simulando ondinhas. Normalmente essa experiência e bem gostosa e também bastante aceita entre eles.
  4. Caixa Sensorial: Essa bacia pode ser feita com diversos materiais, texturas e sensações diferentes, mas como hoje meu foco é natureza, sugiro que façam uma bacia com pedras grandes e pequenas, conchas, pinhas e gravetos. Essa opção também é bem simples, basta colocar todos os objetos dentro da bacia e deixar seu bebê explorar as diferentes texturas.
  5. Brincadeira com o Lençol: Essa brincadeira apesar de simples é muito divertida e normalmente os bebês amam. Basta estender um lençol sobre o chão, colocar o bebê em cima de puxar pela casa fazendo zigue-zague. 
Espero que vocês tenham gostado das dicas! aproveite esses momentos para curtirem bem juntinho dos seus pequenos!!!



Priscila Camacho


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Uma Páscoa Diferente...

 Normalmente quando pensamos em Páscoa logo associamos a chocolates né?! E como é gostoso comer chocolates rsrsrsrs mas hoje quero direcionar o foco da Páscoa para algo ainda mais maravilhoso do que chocolate! O que seria? Os bons pensamentos e sentimentos que trazem o verdadeiro significado da Páscoa... Gostaria de convidar a todos vocês que acompanham o Nosso Cantinho a ter nesse dia momentos de reflexão sobre essa data que nos remete a amor, compaixão, humildade, respeito ao próximo, a todos os outros sentimentos lindos que conhecemos e também a transmitir um pouquinho de cada um deles a todas as pessoas ao nosso redor. Tenho certeza de que a Páscoa terá um gostinho ainda mais especial dessa forma! Mas é claro que não iremos deixar essa delicia que é o chocolate de fora desse dia, até porque a maioria das nossas crianças adoram ganhar os famosos ovos de Páscoa... Então darei uma dica muito legal para vocês fazerem com seus pequenos na manhã de Páscoa que apesar de ser uma brincadeira bem antiga, continua sendo muito especial e mágica poder viver esse momento com nossos filhos...

Então vamos entender como é essa brincadeira?



 A Brincadeira é a seguinte, vocês irão contar para seus pequenos que bem cedinho antes deles acordarem, o coelhinho foi visitá-los e como ele ainda estava dormindo, ele decidiu fazer uma brincadeira com ele...O coelhinho deixou o ovinho de Páscoa (ou se a criança não come chocolate pode ser um coelhinho de pelúcia ou até mesmo um brinquedo), escondido em algum lugar da casa.

                        


 Porém, para a brincadeira ficar ainda mais divertida ele deixou pegadinhas pela casa para ajudar na caça ao ovo. Vocês podem fazer essas pegadinhas com um pouco de água, de talco ou farinha de trigo e juntar os dedos indicador, anelar, o dedo médio e o polegar e fazer como se fosse um carimbo, assim como nesse vídeo depois é só demarcar o caminho que supostamente o coelhinho percorreu para esconder o ovinho. Depois é só curtir com o seu filho esse momento mágico e encantador.


 
 Depois nos conte como foi essa experiências com seus pequenos!





Priscila Camacho


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Semana da Conscientização do Autismo!



Na semana da conscientização do autismo não poderíamos deixar de falar um pouquinho sobre esse tema, que também ainda hoje é tão pouco compreendido...


Para entendermos um pouquinho mais sobre o autismo irei compartilhar com vocês uma matéria do Doutor Drauzio Varella publicado em 19/04/2011 no site


Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:  

  1. Inabilidade para interagir socialmente;
  2. Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
  3. Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.

Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.


Sintomas:

O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:

1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.
Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

Diagnóstico:

O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

Tratamento:

Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.

Recomendações:

  • Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
  • É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
  • Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
  • Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
  • Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.

Nossa Psicóloga Adriana de Oliveira Cunha, compartilha conosco que ao recebermo qualquer criança no ambiente escolar, abraçamos esse  Ser com todas as suas especificidades, para nós do PPEI, não é importante termos
diagnósticos ou criarmos rótulos . As nossas crianças são recebidas com afeto, proporcionamos a melhor interação e acolhimento, elas observadas para descobrirmos o quanto elas podem nos dar e, principalmente, o quanto podemos oferecer àelas. Autismo, TDAH, Síndrome de Down, Baixa visão, Encefalopatia Crônica da Infância,  Eplepsia ou qualquer outro diagnóstico serve para orientar nossa prática pedagógica, mas ACOLHER  é a nossa principal missão!
Acolher é conscientizar  professores , equipe de apoio, pais e todas as crianças à respeitar e auxiliar uns aos outros, respeitando suas dificuldades e acreditando nas suas potencialidades, a praticar a empatia, a solidariedade, a cidadania e proporcionar as melhores lembranças dessa infância que passa tão rápido e nos marca para toda vida. O autismo nos mostra que nosso mundo é impar e que não podemos pensar numa educação fechada numa caixinha, onde todos aprendem da mesma forma e sentem do mesmo jeito, cada criança dentro do TEA é única, assim como todas as outras crianças da turma, o diagnóstico é um espectro, ou seja, um leque que vai do leve ao grave, mas cada um deles, nos mostra um mundo repleto de desafios e recompensas, mundo intenso que nos ensina a empatia, coragem, persistência e, por fim, a VITÓRIA!
Nesse  mês  dedicado ao autismo, só podemos  dizer que : “ Dedicar um tempo a acolher, ensinar e aprender à cada passo, vale à pena!”



Priscila Camacho


sexta-feira, 31 de março de 2017

Epilepsia e amor... história com final feliz do meu Biel!

No dia 26 de março, comemoramos mais um Purple Day, que é um dia Mundial de Conscientização da Epilepsia! Estamos a cada dia transformando mais e mais a forma de levar informação a respeito da epilepsia para todos. Aos poucos o trabalho de formiguinha ganha à organização e disciplina de um formigueiro. Jamais despreze algo que a qualquer momento pode fazer parte da sua vida, afinal basta ter um cérebro para isso. 

A epilepsia é uma doença crônica que ocorre por causa de uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia e um ou mais tipos de crises convulsivas. Eu como mãe de uma criança epilética de difícil controle, posso dizer que meu pequeno guerreiro, me ensina a cada dia que o amor é o melhor remédio e que a informação pode matar a discriminação diminuindo e muito o preconceito e dando visibilidade sobre a doença


Meu Gabriel nasceu normal e no Natal de 2009, com 4 anos teve sua primeira crise convulsiva e as crises foram aumentando e viraram diárias, até ter 200 convulsões em um único dia. Achei que não teria forças para suportar ver meu filho acordar e ter crises o dia todo, perdendo o brilho no olhar, parando de falar, comer sozinho, perdendo o equilíbrio e vivendo totalmente fora do ar, sem interagir com a família ou amigos. Por um ano e meio corrcontra o tempo tentando salvar meu Bielpassamos por 12 neurologistas, tomava 6 mil miligramas de medicamentos e depois de muitos exames e internações, descobrimos que ele tinha síndrome de Doose, também conhecida como Epilepsia mioclônico-astática, ocorre em 0,2% das crianças com epilepsia e é caracterizada por crises epiléticas do tipo astáticas, mas outros tipos de crises podem estar associados. As crises epiléticas dessa síndrome, geralmente estão associadas com declínio do desenvolvimento neuropsicomotor podendo levar ao retardo mental e ataxia.  Em janeiro de 2011 já com o quadro de transtorno do desenvolvimento global, foi submetido a uma cirurgia para implantação do estimulador do nervo vago e em 6 meses parou de ter crises e começamos a retirada dos medicamentos e as terapias de reeducação motora e de linguagem. Meu menino voltou a sorrir, a pular, correr, fazer birras, ter desejos e aprender


Hoje, Gabriel está com 11 anos e no quinto ano da escola, faz fonoterapia, natação, reeducou seus movimentos no LAIM, laboratório que foi criado em sua homenagem, faz aula de reforço em Linguagem e aula de música. Os olhos vivos e alegres de criança voltaram e eu só posso agradecer pela honra de ser mãe de uma criança guerreira, especial, feliz e que nos piores momentos me dizia:eu estou bem mamãe! Eu realmente acho que nenhuma mãe deveria sofrer, nenhum filho sentir dor, mas não é assim que funciona. A dor e o sofrimento podem chegar a qualquer um, rico ou pobre, se ela vier, não tem jeito. Não tem preparo e nem lágrima que cesse, é angustiante e o choro é interminável, não conseguia aceitar que meu pequeno tinha que passar por tanto sofrimento todos os dias e eu nada podia fazer. Aprendi que existe Deus, amor, coragem, fé, alegria, chances e milagre. Aprendi também qua dor nos faz enxergar quem realmente se importa e quem sofre junto. Agradeço ao Dr. Eduardo Faveret que com a calma e inteligência que lhe é peculiar estudou o caso do meu filho e não desistiuAgradeço a PPEI e a Vera Reis que nunca nos abandonaram, meu filho estuda desde 1 ano e meio na PPEI e eles lutaram e lutam até hoje conoscoagora pelo direito a acessibilidade pedagógica, proposta nossa e da escola que só tem gerado bons frutos. O amor alivia, a oração cura e o abraço é um presente tão valioso! A fé nos motiva! Por medo muitos fracassam e por amor, a vitória se conquista! Meu Biel não teve medo algum, foi exemplo de alegria e de luta, foi tudo que eu sempre quis ser. A força de todos nós, foi sozinho, um mundo inteiro! Eu quero dizer para todas as mães e pessoas com epilepsia que acreditem em dias melhores e que tenham uma atitude positiva sempre. Gabriel ainda tem muitas barreiras para ultrapassar, mas estarei aqui com ele quebrando cada tijolinho de cada barreira com muito amor. Não canso de dizer que nasci para conhecer e aprender com meu Biel. 

"Como ajudar alguém em crise?
1) Vire-a de lado.
2) Afaste os móveis, acomode a pessoa virada de lado, afrouxe suas roupas e coloque um apoio sob sua cabeça para que não se machuque.
3) Observar o tempo de duração da crise. 
4) Se a crise durar mais de 5 minutos é necessário chamar um médico. 
5) Depois da crise, lembre-se que a pessoa pode ficar confusa: acalme-a ou leve-a para casa.












É de extrema importância que estas informações sejam veiculadas, pois o preconceito surge a partir da falta de informação." 
            (Nathalya Herzer Reis - Fonoaudióloga da PPEI)



Profa. Dra. Gabriela Aragão Souza de Oliveira
Mãe do Gabriel
UERJ - Professora Assistente
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira CAp-UERJ 
Professora do Curso de Educação Física da UNISUAM
Coordenadora e fundadora do Laboratório de Avaliação e Reeducação Motora - LAIM



quinta-feira, 23 de março de 2017

Somente Um Cromossomo a Mais - Semana Mundial da Síndrome de Down

No dia 21 de março, comemoramos o dia Mundial da Síndrome de Down! Por isso gostaria de dividir com vocês esse texto!

Vamos começar conhecendo um pouquinho sobre uma bebê linda que se chama Nina... 




"Muito prazer, sou a Nina!Nasci com os olhinhos puxados. Não sou doente, nem japonês e nem chinês. Tenho Síndrome de Down. Tenho um cromossomo a mais no par 21 e isso me dá algumas características físicas diferentes e uma deficiência intelectual de leve a moderada. Desde que nasci meu maior inimigo tem sido o preconceito, mas você pode me ajudar a mudar isso. Topa?
Mesmo não sendo igual a você posso estudar, trabalhar, namorar e constituir família. Mas preciso da paciência, respeito e contribuição de todos.
Pra que eu possa estudar preciso que vocês preparem a escola, os professores e os alunos pra me receberem. Se o professor falar mais devagar e apostar na minha capacidade e se meus amigos de escola me tratarem com respeito, vou aprender, passar de ano e posso até chegar na Universidade. Muitos downs como eu já chegaram.
Sou muito afetiva, sincera e divertida. Onde eu estou tem sempre muita alegria. Mas também sofro e choro quanto sou mal tratada ou desrespeitada.
Não peço favores, nem mesmo caridade. Eu preciso mesmo é de respeito e oportunidade.
Sou Down e ser diferente é normal...."
Relato da mamãe da Nina
Luciana Freire de Oliveira.



"A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou em parte das células de um indivíduo. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população e esta “falha” ocorre no momento da concepção." 

Por isso ela não deve ser encarada como uma doença e sim uma condição inerente a pessoa. 
Algumas pessoas com essa síndrome são mais vulneráveis a algumas doenças como por exemplo, cardiopatias e problemas respiratórios e isso requer um acompanhamento médico e especializado.


"Falando na Síndrome de Down, especificamente, quanto antes forem trabalhados aspectos motores e cognitivos, claramente melhor são as possibilidades de desenvolvimento daquele indivíduo. Certamente devemos considerar as características individuais de cada um deles, mas as potencialidades estão latentes e quanto mais cedo forem estimulados melhor serão suas possibilidades." 

É muito importante que desde o nascimento esse bebê seja acompanhado por profissionais para que seu desenvolvimento tanto físico como intelectual tenha um crescimento linear, sempre respeitando o tempo de cada bebê para que ele tenha as mesmas chances de qualquer outro bebê e criança em cada fase de sua vida.


"A orientação familiar para que eles não percam tempo na estimulação do bebê o que nos leva diretamente ao segundo ponto: a intervenção precoce. Há um consenso na literatura para toda e qualquer dificuldade que acometa o desenvolvimento infantil: quanto antes forem diagnosticadas e tratadas, melhor o prognóstico devido a condições de neuroplasticidade cerebral..." 

Pronto! Agora que falamos um poco a respeito da síndrome de down, gostaria de falar algo que ao meu ver é muito mais importante do que qualquer característica e diagnostico. Quero falar da INCLUSÃO. Sim, a inclusão. Essa palavra tão simples, mas tão pouco usual em nossa sociedade... A criança down precisa estar inserida na sociedade como qualquer criança, isso é fundamental para seu desenvolvimento. Todas estão ali prontas para receber os estímulos tão necessários ao seu desenvolvimento.
Então se é assim, porque ainda hoje temos o desprazer de presenciar e sentir que o vulto do preconceito e da falta de informação ainda permeiam as nossas crianças? Por que não dar as mesmas oportunidades para todos independentemente de suas condições físicas e intelectuais?
Já sabemos que uma criança down pode ter seu desenvolvimento num ritmo um pouco diferente, o que irá realmente contar é o estimulo, o carinho, o respeito e a atenção dedicados a ela. Isso sim fará todo sentido.
Elas realmente querem ser tratadas como parte da mesma sociedade e ter as mesmas condições e oportunidades comuns a todos!


"Ao me formar, ganhei de presente de uma professora muito querida meu primeiro paciente: D. 1 ano e 2 meses, lindo, amante de música e portador de síndrome de Down. Já havia tido contato com outras crianças com o mesmo diagnóstico, mas fazer parte do desenvolvimento daquele “serzinho” desde tão cedo, me proporcionou um aprendizado ímpar. E não falo somente do aspecto profissional. Com ele aprendi a dar valor a cada pequena conquista, a esperar e respeitar o tempo e a individualidade de cada um e principalmente que nem todos precisam, de fato, ser iguais. Esse é mais um desejo de nós, adultos criados e habituados à manutenção de padrões. Depois de D., tive mais um privilégio: participar de uma equipe de um projeto cujo objetivo era desenvolver a leitura e a escrita em crianças portadoras da síndrome. Ali conheci outras 9 lindas crianças que também me ensinaram demais! Me ensinaram que não devemos subestimá-las, afinal todas conseguiram desenvolver leitura e escrita (em diferentes níveis!) e que podemos ser diferentes e felizes, sim!"
Relato da nossa Fonoaudióloga 
Nathalya Herzer Reis. 


Que essa semana sirva para refletirmos na real maneira pela qual pensamos e agimos em relação a essas crianças que apesar de tão comum, ainda não são compreendidas por todos.    

       



Priscila Camacho